Soneto 10
Soneto 10 |
---|
For shame deny that thou bear'st love to any, |
–William Shakespeare |
Soneto 10 é um dos 154 sonetos de William Shakespeare.
Traduções
[editar | editar código-fonte]Na tradução de Jerônimo Aquino,
- Posto que andas de amor ateando vivas chamas,
- Que a nenhuma mulher tens amor é evidente.
- Mas por isso, porque nenhuma mulher amas,
- Para contigo mesmo, és, sabe, imprevidente.
- Imprevidente, sim. Tal desdém é homicida
- E em teu prejuízo, só, reverte com certeza:
- Deixarás de ter prole, arruinando isso a vida
- Da prole que em ti vê sua maior defesa.
- Oh! Muda o teu pensar, que o meu será mudado.
- Mais cabível que o amor é o desdém porventura?
- Sê gracioso e gentil, também contigo, e o fado,
- Que te ameaça de morte, impávido conjura:
- Pelo amor que me tens, tua vida multiplica:
- Em teus filhos, isto é - em ti - perpétuo fica.[1]
Segundo a tradução de Thereza Christina Rocque da Motta,
- Envergonha-te de negar que não ames,
- Tu que és tão imprudente;
- Aceita, se quiseres, ser amada por tantos,
- Mas é certo que não ames ninguém;
- Pois tens um ódio tão mortal,
- Que apenas contra ti mesma não conspiras,
- Buscando arruinar este nobre teto,
- Que tanto desejas consertar:
- Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
- Deve o ódio ter mais reservas do que o amor?
- Sê como tua presença, gentil e graciosa;
- Ou a ti, ao menos, te proves amável,
- Sê outra pelo amor que tens por mim,
- Para que a beleza continue a viver em ti.[2]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Edição da Martin Claret, ano 2005. Coleção Obra Prima de Cada Autor
- ↑ Thereza Christina Rocque da Motta (tradutora), SHAKESPEARE, William. 154 Sonetos. Em Comemoração Aos 400 Anos Da 1ª Edição 1609-2009. Editora Ibis Libris, 1ª edição, 2009. ISBN 8578230264
- Alden, Raymond. The Sonnets of Shakespeare, with Variorum Reading and Commentary. Boston: Houghton-Mifflin, 1916.
- Baldwin, T. W. On the Literary Genetics of Shakspeare's Sonnets. Urbana: University of Illinois Press, 1950.
- Booth, Stephen. Shakespeare's Sonnets. New Haven: Yale University Press, 1977.
- Dowden, Edward. Shakespeare's Sonnets. London, 1881.
- Hubler, Edwin. The Sense of Shakespeare's Sonnets. Princeton: Princeton University Press, 1952.
- Schoenfeldt, Michael (2007). The Sonnets: The Cambridge Companion to Shakespeare’s Poetry. Patrick Cheney, Cambridge University Press, Cambridge.
- Tyler, Thomas (1989). Shakespeare’s Sonnets. London D. Nutt.
- Vendler, Helen (1997). The Art of Shakespeare's Sonnets. Cambridge: Harvard University Press.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em inglês) Análise do soneto