Justiça climática
Justiça climática é um termo usado para enquadrar o aquecimento global como uma questão ética e política, em vez de uma questão de natureza puramente ambiental ou física. Isso é feito através do relacionamento das causas e dos efeitos das mudanças climáticas aos conceitos de justiça, particularmente justiça ambiental e justiça social . Justiça climática examina conceitos como igualdade, direitos humanos, direitos coletivos e as responsabilidades históricas pelas mudanças climáticas. As acções de justiça climática podem incluir o crescente número global de acções legais sobre questões de mudança climática.[1] Em 2017, um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente identificou 894 acções judiciais em andamento em todo o mundo.
Comunidades historicamente marginalizadas, como mulheres, comunidades indígenas e comunidades de cor muitas vezes enfrentam as piores consequências das mudanças climáticas: na verdade, os menos responsáveis pelas mudanças climáticas sofrem as suas consequências mais graves.[2][3] Eles também podem ser ainda mais prejudicados pelas respostas às mudanças climáticas, que podem reproduzir ou exacerbar as desigualdades existentes, que foram rotuladas de 'triplas injustiças' das mudanças climáticas.[4][5][6]
O uso e a popularidade da justiça climática aumentaram dramaticamente nos últimos anos, mas a justiça climática é entendida de muitas maneiras e os diferentes significados às vezes são contestados. Na sua forma mais simples, as concepções de justiça climática podem ser agrupadas ao longo das linhas de justiça processual, que enfatiza a tomada de decisão justa, transparente e inclusiva, e justiça distributiva, que coloca ênfase em quem arca com os custos das mudanças climáticas e as acções tomadas para ir de encontro com os objectivos.[4]
Um foco especial é colocado no papel do PAMA (Pessoas e Áreas Mais Afetadas),[7] ou seja, grupos desproporcionalmente afectados pelas mudanças climáticas, como mulheres, BIPOC,[8] jovens, pessoas mais velhas e mais pobres.[9] Em particular com o surgimento de movimentos populares com o objetivo de justiça climática - como Fridays for Future, Ende Gelände ou Extinction Rebellion - a conexão desses grupos no contexto da justiça climática tornou-se mais importante.[10]
Referências
- ↑ See, for example the Climate Justice Programme's Climate Law Database Arquivado em 2011-04-09 no Wayback Machine.
- ↑ Global Humanitarian Forum (1 October 2009) Kofi Annan launches climate justice campaign track Arquivado em 2011-07-15 no Wayback Machine, Global Humanitarian Formum, 1 October 2009.
- ↑ Wendy Koch, Study: Climate change affects those least responsible Arquivado em 2015-12-07 no Wayback Machine, USA Today, 7 March 2011
- ↑ a b Peter Newell, Shilpi Srivastava, Lars Otto Naess, Gerardo A. Torres Contreras and Roz Price, "Towards Transformative Climate Justice: Key Challenges and Future Directions for Research," Working Paper Volume 2020, Number 540 (Sussex, UK: Institute for Development Studies, July 2020)
- ↑ United Nations Research Institute for Social Development (UNRISD) (2016) Policy Innovations for Transformative Change: Implementing the 2030 Agenda for Sustainable Development, Geneva: UNRISD
- ↑ Routledge handbook of climate justice. Abingdon, Oxon: [s.n.] ISBN 978-1-315-53768-9. OCLC 1056201868
- ↑ «As young people, we urge financial institutions to stop financing fossil fuels». Climate Home News. 9 de novembro de 2020. Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ «Definition of BIPOC». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ Climate Change and LandAn IPCC Special Report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems. [S.l.]: Intergovernmental Panel of Climate Change. 2019. 17 páginas
- ↑ «Selbstreflexion». Ende Gelände (em alemão). Consultado em 31 de janeiro de 2021