Palacete Veridiana da Silva Prado

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Palacete Veridiana da Silva Prado

O Palacete Veridiana da Silva Prado é um palacete em estilo francês localizado na Avenida Higienópolis nº 18, construído entre os anos de 1883 e 1884,[1] na chácara que Dona Veridiana comprara em 1879 e batizara como "Vila Maria" [2], nome dado em homenagem à sua dama de companhia Maria das Dores.

É um belo remanescente das antigas residências da aristocracia do café, do tempo do esplendor dos saraus cultos e da sociabilidade reclusa da sociedade paulista [3]. O palacete presenciou grandes reuniões intelectuais, de cientistas como Orville Derby e Loefgreen, além dos médicos Domingos José Nogueira Jaguaribe, Cesário Motta Júnior e Diogo de Faria. Além disso, em 1887, recebeu a visita de D. Pedro II em sua última visita à São Paulo.[4]

O palacete possuía equipamentos muito modernos para a época, como um aparelho telefônico, instalado em 1884.[2]

O palacete foi tombado em 2001 pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo, o Conpresp, e conta com 3.500 metros quadrados de área construída e 5.000 metros de jardins, com lagos de carpas e fontes.[5] O tombamento também contemplou as obras de arte incorporadas ao imóvel, como a pintura "Aurora" de autoria de Almeida Júnior e a escultura em mármore "Diana", de Victor Brecheret.[6]

Pertenceu ao Clube São Paulo (conhecido como banqueiros por ter a maior parte de seus sócios neste ramo). O clube era inspirado no estilo londrino, local de reuniões de homens interessados em conversar e beber uísque em confortáveis poltronas de couro [7]. Foi incorporado pelo Iate Clube de Santos e desde 2008, o palacete pertence a eles e também é usado para eventos.[8]

Construção

A planta assim como parte do material empregado em sua construção feita para servir de moradia de Veridiana da Silva Prado veio da Europa, tudo a cargo de Luiz Liberal Pinto. Em 1885 Veridiana da Silva Prado se muda para a casa que, de tão chamativa, foi descrita pela princesa Isabel:

Apesar do uso de materiais mais sofisticados, a construção manteve as características do sistema de chácaras semiurbanas do século anterior: jardim com bosque, pomar, horta e criação de animais, casa do porteiro, edícula com quarto de empregados, cocheiras, estufas e proximidade com o núcleo urbano[9] . Possuía três andares mais o subsolo:

  • subsolo: ficavam a cozinha e a adega e provavelmente, a copa de empregados
  • térreo: copa, sala de armas, sala de jantar, sala de visitas, gabinete, grande salão de recepções, vestíbulo, biblioteca
  • primeiro andar: vestíbulo, quarto da torre, quarto de toilette, salão de visitas e jardim de inverno
  • segundo andar: vestíbulo, quarto da governanta, da criada, da costureira e dormitório

No que diz respeito aos dormitórios da casa, existem poucas informações. [9]

Os jardins foram desenhados pelo paisagista francês Glaziou [10].

Em um dos vitrais, pode-se ver o timbre do Clube São Paulo, o brasão "Leão dos Ramalhos" de autoria de Guilherme de Almeida [11].

Bibliografia

  • HOMEM, Maria Cecília Naclério. Higienópolis - grandeza de um bairro paulistano. São Paulo: Edusp, 2011.

Referências

  1. Historiadora lança edição ampliada de livro sobre Higienópolis
  2. a b Centamori, Vanessa. «Aventuras na História · Dona veridiana: a mulher que escandalizou o conservadorismo da elite cafeeira paulista». Aventuras na História. Consultado em 7 de junho de 2020 
  3. «O palacete de dona Veridiana - São Paulo». Estadão. Consultado em 7 de junho de 2020 
  4. «A Mulher Que Chocou O Conservadorismo - Veridiana Prado». SP In Foco. 13 de maio de 2015. Consultado em 7 de junho de 2020 
  5. http://icsantos.com.br/o-clube/sedes/
  6. Paulo, Isabela LeiteDo G1 São (8 de março de 2016). «Casas tombadas preservam memória de mulheres que marcaram época». São Paulo. Consultado em 7 de junho de 2020 
  7. [http://www.crmariocovas.sp.gov.br/noticia.php?it=10645 «Not�cias»]. www.crmariocovas.sp.gov.br. Consultado em 7 de junho de 2020  replacement character character in |titulo= at position 4 (ajuda)
  8. http://icsantos.com.br/locacao-eventos/
  9. a b «TFG - Cidade, Casa, Dormitório». Issuu (em inglês). Consultado em 7 de junho de 2020 
  10. Pires, Mário Jorge (2006). Sobrados e barões da velha São Paulo. [S.l.]: Manole 
  11. «CASA GUILHERME DE ALMEIDA Centro de Estudos de Tradução Literária». www.casaguilhermedealmeida.org.br. Consultado em 7 de junho de 2020 

Ligações externas